segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Resumo do Livro “Crer é Também Pensar” - John Stott

     

        John Robert Walmsley Stott (1921 - 2011), foi um pastor e teólogo anglicano britânico, conhecido como um dos grandes nomes mundiais evangélicos. Em 2005, a Revista Time classificou Stott entre as 100 pessoas mais influentes do mundo.   
         O livro Crer é Também Pensar foi publicado por John Stott na Inglaterra pela Inter-Varsity Press, em 1972 e no Brasil em 1994 pela ABU Editora. 
 No capítulo 1, Cristianismo de mente vazia, ele começa mostrando a relação entre conhecimento e o zelo, um não funciona sem o outro. O conhecimento tem que ser inflamado pelo zelo e o zelo dirigido pelo conhecimento. Em seguida ele trata do anti-intelectualismo que é substituído pelo pragmatismo. As pessoas prezam pelo que é mais rápido e funcionam, deixando de lado a racionalidade. Isso é exemplificado em alguns grupos de cristãos: os católicos e seus rituais, os filantrópicos e os pentecostais e seu emocionalismo.
 Stott finaliza o capítulo dizendo porque devemos usar as nossas mentes. Para ele, as ações só são concretizadas depois de serem concebidas na mente e ter inicialmente sido uma ideia.
 No segundo capítulo, “Criados para pensar”, ele argumenta usando a própria criação do ser humano e mostra que ele foi feito um ser racional. Apesar da Queda e suas consequências negativas no ser humano, Deus sempre se manifestou a ele usando a racionalidade.
  No capítulo seguinte, “Pensando os pensamentos de Deus”, ele destaca a revelação de Deus através de palavras às mentes humanas e que ela é racional às criaturas racionais. Deixa Claro que o Cristianismo é uma religião revelada e tem doutrinas que requer muito o uso da mente.
 “Mentes renovadas” é o quarto capítulo. A argumentação aqui diz respeito à Redenção do ser humano através da obra expiatória de Cristo. De acordo Sttot, a reconstituição da imagem divina no ser humano, que foi distorcia pela Queda, inclui a mente.
  A seguir, no quinto capítulo “Julgados por nosso Conhecimento”, o uso da mente se torna essencial porque ela está diretamente ligada ao juízo de Deus. Ele  mostra que o ser humano será julgado pelo conhecimento e pela atitude em  resposta à sua revelação ou em falta de resposta à esta.
   A partir do sexto capítulo, a “Mente na vida cristã”, o autor irá listar seis vertentes da vida do cristão em que ele precisa usar a sua racionalidade.
         A primeira esfera apresentada é o Culto Cristão. Segundo Stott, todo culto, seja público ou pessoal, deve ser feito de forma inteligente, como ele feito pelo povo judeu no Antigo Testamento e como é recomendado no Novo. Deve ser uma boa resposta à auto revelação de Deus através das suas palavras e Escrituras.
              A Fé vem logo em seguida. Mostra inicialmente que fé não é credulidade – crença ingênua e sem sendo crítico; nem tampouco otimismo. Fé é uma confiança racional em Deus. A fé caminha lado a lado com o pensamento e é impossível crer sem pensar.
          A Busca da Santidade é a outra área que deve ser pensada. Uma vida santa está relacionada ao auto controle e o auto controle se dá através do controle da mente.
        A mente também ser usada na Direção do Cristão. Nesse ponto, ele faz uma interessante distinção entre vontade geral de Deus, que é aquela para todo povo e em todas as épocas e vontade particular, que é aquela para ocasiões específicas, como por exemplo, profissão, pessoa para casar, etc. As decisões do Cristão precisam estar pautadas nos princípios da Palavra de Deus.
            Para Stott, a Apresentação do Evangelho também deve ser feita de forma racional. É enfatizado que o Evangelho deve ser pregado à pessoa toda: mente, coração e vontade. É importante ressaltar que ele não despreza a ação do Espírito Santo no convencimento das pessoas, mas também mostra a importância da persuasão racional, exemplificando na própria pregação de Paulo.
            A última área cristã de uso da mente apresentada é o Ministério e seus Dons. De acordo o autor, o ministério pastoral é essencialmente de ensino, o que o obrigará a estar com a mente atenta e estudar.
          O livro termina com a recomendação do Pastor John Stott: Aplicando o Conhecimento. Nesta parte final, o autor lembra a necessidade do equilíbrio com o conhecimento, pois ele não é um fim, mas um importante meio. Ele fecha mostrando ao que o conhecimento do cristão deve conduzir: à adoração, à fé, à santidade e ao amor, acima de tudo.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Resumo do livro de Karl Barth: Introdução à Teologia Evangélica


         O livro de Karl Barth (1886-1968) é dividido em quatro partes: primeira, o lugar da teologia; segunda, a existência da teologia; terceira, os perigos que ameaçam a teologia e quarta, o labor teológico. Cada parte tem quatro preleções referentes ao tema proposto. Vejamos:
1 – O Lugar da Teologia
 A primeira preleção trata sobre A Palavra, onde se afirma que “a Palavra de Deus é a Palavra que Deus falou, fala e falará em meio aos seres humanos – a todos seres humanos, quer seja ouvido ou não. É a Palavra de seu agir nos seres humanos, a favor dos seres humanos, com os seres humanos”.
       Em As Testemunhas, ele diz que existem as testemunhas primárias, que são os profetas do Antigo Testemunho e os apóstolos do Novo Testamento. Nós somos testemunhas delas, que transmitimos com grande fidelidade os seus ensinamentos.
        Sobre A Comunidade, ele evita o termo igreja, adotando “Comunidade, que quer dizer comunhão dos santos, das pessoas que por intermédio do testemunho original dos profetas e apóstolos foram alcançados, atingidas pela Palavra. O povo chamado e despertado para a fé - e portanto, concomitantemente, qual testemunhas de segunda ordem, chamado para testemunhar a Palavra no mundo – é idêntico à comunidade”.
  Por último, Barth fala sobre o Espírito. Ele enfatiza que “é evidente que também a teologia evangélica, sendo ciência modesta, livre, crítica e alegre, só poderá ser possível e real dentro do campo de força do Espírito, só como Teologia Pneumática. Só poderá existir se tiver a coragem de confiar que o Espírito é a verdade, que ele levanta a pergunta pela verdade e simultaneamente a responde”.

2 – A Existência da Teologia
        Primeiramente ele aborda sobre a Admiração. O termo “admiração” é derivado de miraculum – milagre. Ele mostra que o teólogo vai lidar com o agir de Deus e seus milagres, portanto vive admirado.
Na próxima preleção ele discorre sobre o Abalo, onde ele vai falar que quem se envolve com Teologia, não ficará apenas fascinada, mas também abalada, por causa da profundidade em que ela mostra as áreas mais íntimas da sua humanidade.                        
Em Comprometimento, é dito que “Deus quer dar às pessoas algo particular, mas também lhe pede algo peculiar. Ele a conforta, ergue, liberta. Mas também a engaja, manda-a caminhar, usar a liberdade com a qual foi presenteada. Chama-se de comprometimento este terceiro fator que faz o teólogo ser teólogo”.
Na última preleção o tema é Fé, que ele afirma que é o evento na história de uma pessoa, sem a qual todas as demais possibilidades e qualidades boas que lhe possam ser peculiares não poderiam acontecer. Na verdade, sem a fé não se poderia tornar-se e ser cristão e nem tão pouco, teólogo.

3 – Perigos que Ameaçam a Teologia           
         Ele mostra que aquele que se envolver com a Teologia enfrentará inevitavelmente a Solidão, tanto por parte do mundo como da Igreja. Isso acontece por causa dos ensinamentos ético-prático da teologia que confronta as pessoas.
        A Dúvida é considerada uma ameaça. Para Barth existem três coisas que originam a dúvida: o poder (o sistema governante secular pode seduzir o teólogo); os inúmeros problemas que a Igreja tem e a super alimentação (quando o teólogo quer estudar exclusivamente teologia, não quer ler jornal, romance, etc).
Em Tribulação, ele mostra que a teologia é atribulada porque os teólogos combatem entre si. Deus a julga, pois ela é imperfeita, já que é obra humana.                        
Concluindo essa parte, ele aconselha em Esperança que o teólogo que sofre com esses perigos deve aturar e suportar e continuar crendo em esperança como Abraão (Rm. 4:18).

4 – O Labor Teológico
“O primeiro é fundamental ato do trabalho teológico, porem, que permeará todos os atos seguintes qual tônica básica, é a Oração. Por certo tal trabalho será, desde o princípio e ininterruptamente, também Estudo e, em sua tonalidade, também Serviço; e certamente o Labor Teológico seria realizado em vão se não fosse feito em Amor”.                                                          

Lucas Bezerra Leal
Fotaleza-CE 03/03/14